Em entrevista ao Bom Dia Brasil , nesta segunda-feira (11), o embaixador Luiz Alberto Figueiredo falou sobre a importância de se estabelecerem metas globais para o desenvolvimento sustentável.
"Nós queremos que da Rio+20 saiam objetivos de desenvolvimento sustentável, que seriam metas globais de comportamento dos países para buscarmos finalmente a plena sustentabilidade do ponto de vista econômico, ambiental e social. Esse legado já será importantíssimo", ressaltou Figueiredo, que é o negociador-chefe do Brasil na Rio+20.
O embaixador ressaltou também que o objetivo da Rio+20 é discutir a agenda sustentável dos próximos 20 anos. Segundo ele, o desenvolvimento sustentável é necessário porque os atuais modelos de produção não estão conseguindo resolver as crises globais que estão surgindo.
"Essa Conferência é sobre desenvolvimento sustentável. Parece muito claro hoje que os modelos de desenvolvimento que estão sendo usados estão mostrando a sua incapacidade de resolver a crise e também estão gerando outras crises. Então, temos que ter um olhar mais abrangente sobre o que queremos para os próximos anos. Rio+20 não é apenas 1992 mais 20 anos, mas principalmente 2012 mais 20 anos", destacou.
Transferência de renda
A execução de programas sociais de transferência de renda no Brasil será um dos grandes destaques das discussões. As autoridades brasileiras defendem que, durante a Rio +20, as medidas que tragam avanço no combate à fome e à pobreza sejam definidas. Ainda, espera-se fortalecimento do multilateralismo e das metas fixadas pela ONU para o milênio.
Especialistas acreditam que a conferência deve assegurar que os resultados dos esforços conjuntos só existirão caso haja atividades e programas que atendam às distintas realidades dos países, tanto os desenvolvidos quanto os em desenvolvimento.
As discussões sobre a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável devem ter como foco as áreas econômica, social e ambiental. Líderes políticos intensificaram, nos últimos anos, o diálogo sobre a possibilidade de pôr em prática programas voltados para o desenvolvimento econômico, o bem-estar social e à proteção ambiental, dispostos de forma conjunta.
Entre as propostas já apresentadas estão a reforma da Comissão sobre Desenvolvimento Sustentável (CDS), que tem como objetivo a execução das metas fixadas na Rio92. Além disso, há recomendações para reformas nas instituições ambientais internacionais, porque diversos líderes políticos argumentam que é necessário fortalecer o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
A intenção é garantir propostas que aumentem os recursos disponíveis ao Pnuma para a implementação de projetos em países em desenvolvimento. A reforma da estrutura do Pnuma deve levar em consideração o equilíbrio entre as questões sociais, econômicas e ambientais. Políticos, especialistas, representantes de organizações não governamentais, integrantes de comunidade indígenas, quilombolas e ribeirinhos estarão presentes.
As discussões da Rio+20 acontecerão em diferentes locais da cidade do Rio. Os políticos estarão concentrados no Riocentro, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, equanto especialistas, pesquisadores e sociedade civil vão se revezar em debates no Parque do Flamengo, Museu de Arte Moderna, Forte de Copacabana e Parque dos Atletas.
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